A epifania, a manifestação, a revelação, a vinda do Messias prometido, encontrado e adorado pelos reis magos que foram até Belém, continua em nossas celebrações litúrgicas com o batismo de Jesus, as bodas de Caná...
Como vimos no evento dos sábios vindos de longe à procura do menino que devia nascer, a notícia provocou uma agitação entre os grandes de Jerusalém. Os conhecedores das Escrituras logo informaram sobre o local anunciado, mas não deram a mínima atenção. Guiados pela estrela, os reis magos chegaram a Belém e, entrando na casa, encontraram o menino com sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, adoraram-no e ofereceram presentes — ouro, incenso e mirra — que revelam sua identidade e missão.
O autor da Carta aos Hebreus sintetiza assim: “Muitas vezes e de muitos modos, Deus falou outrora aos nossos pais, pelos profetas. Nesses dias, que são os últimos, falou-nos por meio do Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo” (Hb 1,1-2).
O evangelista João sintetiza de outra forma: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos e o que nossas mãos apalparam do Verbo da Vida, vô-lo anunciamos para que estejais também em comunhão conosco” (1Jo 1,1-3).
Deus se manifestou de um modo tão simples e corriqueiro que os seus nem o perceberam. Os primeiros a se darem conta foram os sedentos de verdade, que não tiveram receio de sair de suas casas e se colocarem a caminho, seguindo os sinais dados do alto. E os pobres pastores, a quem o anjo do Senhor comunicou: “Não temais! Eis que vos anuncio uma grande alegria, que será para todo o povo: nasceu-vos hoje um Salvador, que é o Cristo Senhor” (Lc 2,11).
É no batismo de Jesus que a epifania fica mais evidente: “O Espírito Santo desceu sobre Jesus em forma visível, como pomba. E do céu veio uma voz: ‘Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu benquerer’” (Lc 3,22).
Se essa manifestação do Pai foi importante para Jesus, não é menos importante para nós, seus discípulos, igualmente amados. É bom sentir-nos assim: filhos e filhas muito amados!
Dom Jaime Pedro Kohl
Bispo de Osório